Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Natália Correia
A resposta em poema de Natála Correia a João Morgado (deputado da bancada parlamentar do CDS) que, no debate sobre a legalização do aborto, afirmou: "O acto sexual é para fazer filhos".
Assembleia da República, 3 de Abril de 1982.